A Baía Kismet - Dawn Brower страница 2.

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Holly encarou sua irmã, mas Ivy estava muito ocupada para perceber. Ela suspirou. Precisa ficar perfeito. Ela se virou e olhou de volta para fora da janela. O Tour do chocolate quente começaria logo. A Parada já havia acabado, provavelmente. Ela olhou pela rua até onde ela conseguia enxergar. As pessoas já estavam se encaminhando para as lojas. Um casal parou na frente da Adega de Sabores da Uva e observou a vitrine. As primas de Holly, Leilia e Caprecia Strange eram donas da Adega. Elas possuíam em estoque diversos vinhos locais e também uma seleção de sua própria vinícola.

Ela se virou para Ivy. Você acha que teremos muitos clientes?

Ivy terminou de arrumar os sabonetes em formato de cupcake. Será o mesmo que todo ano, se não melhor. Pare de se preocupar tanto.

Eu não consigo evitar, ela respondeu. É assim que eu sou com tudo.

A vista de fora de sua loja chamou sua atenção de novo. Ela desesperadamente precisava que isso tudo funcionasse. Holly precisava provar para sua irmã que ela não era uma cabeça de vento e que Ivy havia tomado a decisão correta em permitir que ela fizesse parte da Travessa do Feliz Acaso. Holly havia aberto mão de fazer faculdade e ficou na Baía Kismet para ajudar sua irmã a abrir a loja. A avó materna delas deixou uma herança a elas e fazia sentido abrir uma loja. Sage, a irmã gêmea de Holly, havia deixado a cidade para abrir uma empresa de planejamento de eventos. Ela queria sair da Baía Kismet o mais rápido possível. Até então, a Fortaleza da Fortuna tinha sido bem sucedida. Sage havia realizado diversos casamentos de pessoas influentes e uma festa de bodas de ouro. Se tudo continuasse desta forma, Sage poderia ampliar sua empresa e contratar mais funcionários.

Eu vou para a Poção da Bruxa para tomar um café. Holly pegou seu casaco de um gancho próximo. Você quer alguma coisa?

Espere. Ivy contornou o balcão e procurou algo que estava embaixo dele. Ela puxou um pacote e o entregou. Dê isso para Esmeralda. É o presente dela para Tristan.

Esmeralda e Tristan eram donos da cafeteria Poção da Bruxa. Esmeralda era mais uma prima. A Baía Kismet era quase toda administrada pela família Strange. O ancestral da família, Thomas Strange, foi o primeiro prefeito e havia sido fundamental na fundação da Baía Kismet. Desde então, todos participavam na administração da cidade. O pai delas, Adam Strange, era o atual prefeito. Bowen, o gêmeo dele, era chefe de polícia e o tio Sebastian, o mais velho dos irmãos Strange, era o procurador do distrito.

O que foi? Holly não gostava de não saber de algo.

Ivy revirou os olhos. Se ela entregar a ele enquanto você estiver lá, você vai descobrir. Por que você se importa? Não é pra você.

Ela deu de ombros. Eu me importo. Holly colocou o pacote debaixo do braço. Você quer um café?

Não. Ivy sacudiu a cabeça. Mas se você não se importar, pare na Flores do Destino quando voltar. Amadea e Ophelia já devem ter as Flores-do-Natal que eu encomendei. Gostaria de colocá-las na nossa vitrine.

Ela torceu o nariz. Ela não entendia o amor de suas primas por flores. Elas sabiam tudo sobre todos tipos de plantas e ervas. Apesar de que ela achava que o conhecimento de ervas às vezes era útil. Toda a cidade acreditava que a família Strange possuía uma proteção mágica. Holly discordava. Especialmente no que diz respeito ao amor. Todos tinham uma boa porção de azar nesse departamento. A lenda dizia que o amor os encontrava quando menos esperavam, e que às vezes, ele estava ao lado. Tudo uma besteira. O amor não surgia do nada. Ela acreditaria nisso pelo resto de sua vida.

Está bem, concordou Holly. Voltarei antes que você perceba que saí.

Por algum motivo eu duvido disso. Ivy deu uma risada.

Holly mostrou a língua e saiu da loja. Talvez ela não se apressaria mesmo

CAPÍTULO DOIS

A cidade da Baía Kismet parecia como toda vila pequena por excelência. Era tão perfeita e tão doce que quase dava dor de dente. Nicholas Bell preferia o agito da cidade grande e a atitude sem frescura de seus habitantes. Os aldeões da Baía Kismet provavelmente conheciam uns aos outros e perguntavam sobre seus respectivos membros da família.

Por que estamos aqui mesmo? Nicholas virou para seu amigo Gabriel Reed e fez uma careta. Eu não participo de fofuras.

Relaxe, Gabriel disse a ele. Só ficaremos uns dias aqui para agradar meus pais e garantir a eles que eu não vou morrer ou algo assim. Ele deu uns tapinhas nas costas de Nicholas. Estaremos a caminho de uma praia quente e de areia branca antes de você desenvolver a reação alérgica que corajosamente está segurando.

Nicholas teve que resistir ao ímpeto de rosnar para seu melhor amigo. Gabriel era um recebedor para o time de futebol americano Houston Runaways. Ele machucou seu joelho em um jogo de semifinal e foi colocado na reserva desde então. O médico do time falou que o prognóstico não era bom e que a avaliação do fisioterapeuta também não foi positiva. Parecia que os dias de jogador de Gabriel haviam ficado para trás, mas seu amigo não queria que ele desistisse tão facilmente. Ele havia falado com Nicholas para que o acompanhasse na visita a seus pais e depois visitar um especialista diferente nas Bahamas. Que tipo de charlatão trabalhava lá? Nicholas duvidava que o médico teria uma opinião diferente do médico do esporte, mas Gabriel era seu amigo e ele estaria ao seu lado durante esse período turbulento.

Isso é uma cafeteria? Nicholas apontou para a frente da loja. Poção da Bruxa? Que tipo de nome é esse?

Gabriel deu de ombros. Não saberia dizer. Faz um tempo desde que eu vim para a Baía Kismet. Que tal entrarmos e ver o que eles têm a oferecer?

Eles foram em direção à entrada mas Nicholas nem teve tempo de chegar até a porta. Ela abriu de sopetão e uma morena deu um encontrão nele. Café quente derramou pela sua camisa social azul e ele gritou quando sentiu a pele queimar. Qual é o seu problema? Era possível sentir a raiva na sua voz. Ele estava começando a realmente odiar essa cidade e as pessoas não pareciam ter muito a oferecer.

Me desculpe. A jovem mulher deu um passo à frente e colocou a mão no peito dele. Ao toque da mão dela, faíscas percorram seu corpo e ele relanceou os olhos dela. Sua cor era do oceano ao meio dia. Seu cabelo não era um marrom comum. Luzes vermelhas percorriam as mechas cor de chocolate e quase cintilavam na luz do sol. Ela era deslumbrante

Não foi nada. Ele retirou a mão dela de seu peito. O toque dela causou algo nele, que ele não sabia se gostava ou não. Vou ficar bem.

Holly? Gabriel ficou ao lado dele. O que está acontecendo?

Ela olhou para Gabriel. Seus lábios assumiram uma curva ascendente criando o sorriso mais estonteante que Nicholas jamais viu. Era como levar um soco no meio do peito, do nada. Na parte que já ardia da queimadura feita pelo café dela. O que ela tinha que o fazia sentir coisas que ele nunca sentiu na vida? Ele não queria que essas emoções o perpassassem e ele queria colocar uma distância entre os dois.

Ela passou por Nicholas e abraçou Gabriel. Holly deu um passo para trás e quase esbarrou em Nicholas novamente. Ele estendeu os braços e a estabilizou antes que ela perdesse o equilíbrio. Ela olhou para ele e disse, Me desculpe. Juro que normalmente não sou tão desajeitada.

Tudo bem, ele respondeu de forma áspera.

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