Morte e um Cão - Грейс Фиона страница 9.

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"Você quer dizer o sextante?" ela perguntou, franzindo a testa, confusa, sem saber o que uma loira tola como Daisy iria querer com um sextante antigo.

"É isso aí!" Daisy exclamou. "Um sextante".

Buck gargalhou. Obviamente, ele achava o nome divertido.

"Você não tem sextante suficiente em casa?" ele brincou.

Daisy riu, mas pareceu um riso forçado para Lacey, como se ela não estivesse realmente achando engraçado e mais como se estivesse apenas sendo condescendente.

Já Lacey não estava achando aquilo nada divertido. Ela cruzou os braços e ergueu as sobrancelhas.

"Receio que o sextante não esteja à venda", explicou, mantendo o foco em Daisy e não em Buck, que estava tornando muito difícil para ela permanecer educada. "Todos os meus itens náuticos serão leiloados amanhã, por isso, não estão à venda dessa forma".

Daisy esticou o lábio inferior. "Mas eu quero. Buck pagará o dobro do valor. Não é, Bucky?" Ela puxou o braço dele.

Antes que Buck tivesse a chance de responder, Lacey interveio. "Não, desculpe, isso não é possível. Não sei quanto vou obter com a venda. Esse é o objetivo do leilão. É uma peça rara, e virão especialistas de todo o país apenas para dar seus lances. O preço pode chegar a qualquer valor. Se eu o vender para você agora, posso perder dinheiro e, como o lucro vai para a caridade, quero garantir o melhor negócio".

Um sulco profundo apareceu na testa de Buck. Naquele momento, Lacey se sentiu ainda mais consciente do tamanho e largura do homem. Ele tinha mais de um metro e oitenta e era mais largo do que duas dela juntas, parecendo um grande carvalho. Ele era intimidante, tanto em termos de tamanho quanto de atitude.

"Você não acabou de ouvir o que minha esposa disse?" ele rosnou. "Ela quer comprar sua bugiganga, então por favor, diga seu preço".

"Eu a ouvi", respondeu Lacey, mantendo-se firme. "Sou eu quem não está sendo ouvida. O sextante não está à venda".

Ela parecia muito mais confiante do que se sentia. Um pequeno som de alarme no fundo de sua mente começou a tocar, dizendo-lhe que ela estava mergulhando de cabeça em uma situação perigosa.

Buck deu um passo à frente, estendendo sua sombra sobre ela. Chester deu um pulo e rosnou em resposta, mas Buck não ficou nem um pouco perturbado e apenas o ignorou.

"Você está se recusando a fazer uma venda?" ele perguntou. "Isso não é ilegal? Nosso dinheiro não é bom o suficiente para você?" Ele puxou uma pilha de cédulas do bolso e a agitou sob o nariz de Lacey de uma maneira ameaçadora. "As notas têm o rosto da rainha e tudo. Não é o suficiente para você?"

Chester começou a latir furiosamente. Lacey fez um sinal com a mão para ele parar e ele obedeceu, mas ainda manteve sua posição, como se estivesse pronto para atacar no segundo em que ela lhe desse permissão.

Lacey cruzou os braços e encarou Buck, ciente de cada centímetro da sombra dele que pairava sobre ela, mas determinada a se manter firme. Ela não seria obrigada a vender o sextante. Não deixaria que aquele homem imponente a intimidasse e estragasse o leilão pelo qual ela havia trabalhado tanto e pelo qual estava ansiosa.

"Se você quiser comprar o sextante, precisará ir ao leilão e fazer uma oferta", disse ela.

"Ah, eu vou", disse Buck, estreitando os olhos. Ele apontou o dedo bem no rosto de Lacey. "Pode apostar que eu vou. Marque minhas palavras. Buckland Stringer vai ganhar".

Com isso, o casal saiu, desaparecendo da loja tão rápido que praticamente deixou uma turbulência em seu rastro. Chester correu para a vitrine, apoiou as patas dianteiras contra o vidro e rosnou para eles pelas costas. Lacey também ficou observando-os se afastar, até ficarem fora de vista. Foi só então que ela percebeu o quanto seu coração estava acelerado e o quanto suas pernas tremiam. Ela agarrou a bancada para se firmar.

Tom estava certo. Ela havia desafiado o azar ao dizer que o casal não tinha motivos para ir à sua loja. Mas poderia ser perdoada por imaginar que não havia nada de interesse para eles lá. Ninguém seria capaz de dizer, olhando para ela, que Daisy tinha algum desejo de possuir um antigo sextante da marinha!

"Ai, Chester", disse Lacey, apoiando a testa no punho. "Por que eu contei a eles sobre o leilão?"

O cachorro choramingou, percebendo a nota de pesar no seu tom.

"Agora eu vou ter que aturá-los amanhã também!" ela exclamou. "E qual é a probabilidade de eles saberem alguma coisa sobre etiqueta em um leilão? Vai ser um desastre".

E, num instante, seu entusiasmo pelo leilão de amanhã foi apagado como uma chama entre as pontas dos dedos. Em seu lugar, Lacey sentiu apenas pavor.

CAPÍTULO QUATRO

Após o encontro com Buck e Daisy, Lacey não via a hora de fechar a loja e ir para casa. Tom iria cozinhar naquela noite, e ela estava ansiosa para se aconchegar nele no sofá com uma taça de vinho, enquanto assistiam a um filme. Mas ela ainda tinha que fazer o balanço da máquina registradora, arrumar alguns itens do estoque, varrer o chão e limpar a cafeteira… Não que Lacey estivesse reclamando. Ela adorava sua loja e tudo o que envolvia cuidar dela.

Quando finalmente terminou, ela se dirigiu para a saída com Chester a reboque, notando que os ponteiros do relógio de ferro haviam chegado às 19h e lá fora estava escuro. Era primavera e, apesar dos dias estarem mais longos, Lacey ainda não havia desfrutado de nenhum deles. Mas ela podia sentir a mudança no ar; a cidade parecia mais vibrante e muitos dos cafés e pubs permaneciam abertos por mais tempo, com as pessoas sentadas nas mesas do lado de fora, bebendo café e cerveja. Dava ao local uma atmosfera festiva.

Lacey trancou sua loja. Ela se tornou extra cuidadosa desde o arrombamento, mas mesmo que aquilo nunca tivesse acontecido, ela agiria assim, porque a loja parecia sua filha agora. Era uma coisa que precisava ser nutrida, protegida e bem cuidada. Em tão pouco espaço de tempo, ela se apaixonou completamente pelo lugar.

"Quem diria que você poderia se apaixonar por uma loja?" ela pensou em voz alta, suspirando profundamente, satisfeita pelo rumo que sua vida havia tomado.

Ao lado dela, Chester choramingou.

Lacey deu uma batidinha na cabeça dele. "Sim, eu também amo você, não se preocupe!"

À menção da palavra amor, ela se lembrou dos planos que tinha com Tom para aquela noite e olhou para a confeitaria.

Para sua surpresa, ela viu que todas as luzes estavam acesas. Era muito estranho. Tom tinha que abrir sua loja num horário desumano: às cinco da manhã, para garantir que tudo estivesse pronto para o grande número de clientes que vinham tomar café da manhã às sete, o que significava que ele geralmente fechava às cinco da tarde em ponto. Mas eram 19h, e ele claramente ainda estava lá dentro. A placa-sanduíche ainda estava na rua. O aviso na porta ainda estava virado para aberto.

"Vamos lá, Chester", disse Lacey ao seu companheiro peludo. "Vamos ver o que está acontecendo".

Atravessaram a rua juntos e entraram na confeitaria.

Imediatamente, ela ouviu uma espécie de comoção vindo da cozinha. Pareciam os sons habituais de panelas e frigideiras, mas em ritmo muito acelerado.

"Tom?" ela chamou, um pouco nervosa.

"Ei!" apenas a voz dele veio da cozinha, nos fundos. Ele usou seu tom normal, bem-humorado.

Agora que Lacey sabia que ele não estava sendo assaltado por um ladrão de macarons, ela relaxou e sentou no banquinho de sempre, enquanto o barulho continuava.

"Está tudo bem aí atrás?" ela perguntou.

"Tudo!" Tom gritou em resposta.

Um momento depois, ele finalmente apareceu pelo arco na entrada da cozinha. Estava usando o avental, que, assim como suas roupas por baixo e seus cabelos, estava coberto de farinha de trigo. "Houve um pequeno desastre".

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