Морган Райс - Cavaleiro, Herdeiro, Príncipe стр 2.

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O sumo-sacerdote, enfeitado com uma túnica de ouro que refletia os raios do sol, estava ao seu lado. Ele parecia um homem gentil, e Thanos, sentindo-se mais sozinho do que nunca, queria chamá-lo à parte e pedir-lhe: O que fazes quando não tens certeza de que pertences a algum lugar?

Mas não podia.

Não era só porque Thanos estava nervoso com o casamento. Eram também tantas outras coisas. Em Haylon, os rebeldes estavam a contra com ele para os ajudar a libertar o Império. Aquele pensamento trouxe um lampejo de determinação, porque ele iria ajudá-los, custasse o que custasse. No entanto, ali estava ele naquela sala, cercado pelo inimigo.

Havia também o fato de que Lucious estava ali, de pé no canto, vestido de púrpura e prata, sorrindo enquanto olhava para as miúdas que estavam a servir. Thanos teve que lutar para evitar ir até ele e estrangulá-lo com as suas próprias mãos.

E depois havia o pensamento que não o largava:

Ceres.

Tal trazia consigo uma pontada de dor que parecia, até mesmo naquele momento, que poderia rebentar através do seu peito. Ele ainda mal conseguia acreditar que ela estava morta e se tinha ido, perdida num navio-prisão enquanto ele tinha estado em Haylon. Apenas aquele pensamento ameaçava arrastá-lo de volta para a escuridão que o havia consumido quando ele tinha sabido da notícia.

Stephania tinha-o tirado daquilo. Ela tinha sido o único ponto brilhante em tudo aquilo, a única pessoa em Delos que lhe trouxera alguma felicidade quando ele tinha querido acabar com tudo, quando ele não conseguia imaginar uma vida sem Ceres.

Não era que ele não amasse Stephania; ele amava. Ele tinha começado a amá-la. Era, antes, como se ele não conseguisse querer esquecer Ceres. Era como se os dois amores ainda coexistissem no seu coração. Ele não conseguia entender. Porque é que Ceres tinha estado destinada a entrar na sua vida apenas para abandoná-la? Porque é que Stephania tinha estado destinada a entrar na sua vida no momento em que ela tinha? Teria Ceres vindo até ele para, de alguma forma, prepará-lo para aceitar Stephania? Ou as duas não tinham nada a ver uma com a outra?

A música estava agitada. Thanos virou-se e o seu coração ficou preso ao ver Stephania a chegar ao som da melodia de liras. O seu coração acelerou enquanto ela caminhava. Todos os nobres estavam de pé à sua passagem, acompanhada por servas que atiravam pétalas de rosa e tocavam sinos para afastar qualquer má sorte que persistisse. O seu vestido era de um branco puro e elegante que fazia com que parecesse que toda a sala fora projetada em torno dele. Ela usava uma rede sobre o seu cabelo dourado, cravejada de diamantes com flores trabalhadas graciosamente. O véu que cobria o seu rosto brilhava com fios de prata e safiras minúsculas que refletiam a sombra dos olhos por debaixo.

Thanos sentiu os seus medos a desaparecer.

Ele via ela a aproximar-se, parecendo deslizar pelo corredor na direção do altar. Ela estava diante dele. Thanos levantou o véu do seu rosto.

Ele sentiu a sua respiração a voltar ao lugar. Ela estava sempre adorável, mas hoje ela parecia tão perfeita que Thanos mal conseguia acreditar que ela era real. Ele ficou a olhar para ela por tanto tempo que mal ouviu o padre começar a cerimónia.

"Os deuses têm-nos dado muitas festividades e cerimónias para refletir sobre a sua glória", entoou o sumo-sacerdote. "Destas, o casamento é a mais sagrada, pois sem ele não haveria continuação da humanidade. Este casamento é especialmente glorioso, entre dois dos grandes nobres deste reino. No entanto, é também entre um jovem e uma jovem que se amam profundamente, e cuja felicidade deve encontrar um lugar em todos os nossos corações."

Ele fez uma pausa para deixar que as palavras fossem interiorizadas.

"Príncipe Thanos, vais dar o braço a esta mulher para ficares ligado a ela para sempre? Para amá-la e honrá-la até que os deuses os separem? E para que a vossa família crie uma criança?"

Ele teria hesitado antes, mas agora não. Ele estendeu o braço em direção ao sumo-sacerdote, com a palma da sua mão voltada para cima. "Vou."

"E Lady Stephania", prosseguiu o sumo-sacerdote, "vais dar o braço a este homem para ficares ligada a ele para sempre? Para amá-lo e honrá-lo até que os deuses os separem? E para que a vossa família crie uma criança?"

O sorriso de Stephania era a coisa mais bonita que Thanos alguma vez vira. Ela colocou a mão na dele. "Vou."

O sumo-sacerdote envolveu um pedaço de pano de um branco imaculado à volta dos braços deles, de uma forma tradicional e elegante.

"Unidos pelo casamento, vós sois uma só carne, uma só alma, uma só família", disse o sumo-sacerdote. "Que sejam felizes juntos para sempre. Podem beijar-se."

Thanos não precisava que lhe dissessem. Era estranho, unidos assim, mas isso era sempre uma das diversões menores de uma festa de casamento, e eles encontraram uma maneira. Thanos saboreou os lábios de Stephania contra os dele, que derretiam nos nela, e por um momento, pelo menos, conseguiu deixar de lado todas as outras preocupações do mundo e estar ali com ela. Mesmo os pensamentos sobre Ceres desvaneceram-se, consumidos pelo toque de Stephania.

Claro que seria Lucious quem iria quebrar a magia do momento.

"Bem, estou contente por já estar concluído", disse ele por cima do silêncio da multidão. "Podemos começar a festa agora? Eu preciso de uma bebida!"


***


Se a cerimónia do casamento tinha sido opulenta, a festa que se seguiu foi espetacular. Tanto que Thanos deu por si a pensar no seu custo. Parecia que metade dos lucros das últimas incursões havia entrado para suportar os custos do casamento, sem olhar as despesas. Ele sabia que o rei e a rainha estavam a pagá-lo, como forma de mostrar o quão felizes estavam com o casamento, mas quantas famílias na cidade poderiam ser alimentadas com aquele valor?

Um olhar ao redor deixou-o ver acrobatas e dançarinos, músicos e malabaristas a entreter grupos de nobres. Os nobres dançavam juntos em círculos em rodopio, enquanto a comida era espalhava no que parecia a Thanos serem pequenas montanhas de doces e guloseimas, ostras e ricas sobremesas.

Havia vinho, é claro, o suficiente para que, à medida que as festividades continuassem, as coisas ficassem cada vez mais selvagens. A dança acelerou, com pessoas a girar entre parceiros tão depressa que Thanos mal conseguia seguir. O rei e a rainha já se tinham retirado, juntamente com alguns dos nobres mais velhos, deixando a sala. Era como um sinal para os foliões deixarem de lado as inibições que ainda restavam.

Stephania estava naquele momento a ser rodopiada na tradicional dança de despedida, onde a noiva dançava rapidamente entre todos os jovens elegíveis na sala, antes de voltar novamente para os braços de Thanos no final. Tradicionalmente, era uma maneira de a noiva mostrar como estava feliz com a sua escolha, comparando com tudo o que rejeitava. Mais informalmente, dava aos jovens rapazes uma hipótese de se exibirem perante qualquer uma das outras jovens mulheres nobres que assistiam.

Para surpresa de Thanos, Lucious não se juntou à dança. Ele esperava que o príncipe fizesse algo disparatado como tentar roubar um beijo. Embora, em comparação com a parte em que ele tinha tentado matar Thanos, isso teria sido relativamente inócuo.

Em vez disso, o príncipe aproximou-se enquanto a dança ainda decorria, forçando o seu caminho através da multidão com arrogância casual enquanto segurava um cálice de cristal com o melhor vinho. Thanos olhava para ele e tentava encontrar alguma semelhança entre eles. Ambos eram descendentes do rei, mas Thanos não conseguia nunca imaginar ser de alguma forma parecido com Lucious.

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