Морган Райс - Governante, Rival, Exilada стр 4.

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“Ainda... não”, grunhiu uma voz do outro lado do convés.

Akila estava ali deitado, e, aos olhos de Ceres, ele parecia terrível. A espada do Primeiro Pedregulho tinha estado enfiada nele alguns minutos antes, e agora que Ceres a retirara, obviamente, ele estava a perder sangue. Mesmo assim, ele conseguiu levantar a cabeça, a olhar para ela com uma urgência que era difícil de ignorar.

“Ainda não”, ele repetiu. “Os navios ao redor do porto têm o nosso vento, e uma vela apenas nos vai tornar num alvo. Usem os remos.”

Ceres assentiu, puxando Thanos para onde os lordes de combate que eles haviam resgatado estavam a remar. Era difícil encontrar espaço para caber ao lado dos homens fortemente musculados, mas ela comprimiu-se e emprestou a pouca força que lhe restava aos esforços deles.

Eles dirigiram-se para a sombra de uma galera amarrada e as flechas pararam.

“Precisamos ser inteligentes agora”, disse Ceres. “Eles não nos conseguem matar se não nos conseguirem encontrar.”

Ela soltou o seu remo e os outros fizeram o mesmo por um momento ou dois, deixando o seu barco ficar à deriva na espuma do barco maior, impossível de se ver da costa.

Isso deu-lhe um momento para se dirigir a Akila. Ceres apenas o havia conhecido brevemente, mas ainda se sentia culpada pelo que lhe tinha acontecido. Ele tinha estado a combater pela causa dela quando tinha ficado com o ferimento que, até mesmo naquele momento, parecia uma boca aberta para o lado.

Sartes e Leyana ajoelharam-se ao lado dele, obviamente a tentar estancar o sangramento. Ceres ficou surpreendida com o bom trabalho que eles estavam a fazer. Ela imaginava que a guerra tinha obrigado as pessoas a aprender todos os tipos de habilidades que de outra forma talvez não tivessem.

“Será que ele vai conseguir?”, perguntou Ceres ao seu irmão.

Sartes olhou para ela. Havia sangue nas mãos dele. Ao lado dele, Leyana estava pálida do esforço.

“Eu não sei”, disse Sartes. “Eu já vi suficientes feridas de espadas, e acho que esta falhou os órgãos importantes, mas só me estou a basear no facto de ele ainda não estar morto.”

“Estás a sair-te bem”, disse Leyana, estendendo a mão para tocar na mão de Sartes. “Mas há coisas que não se conseguem fazer num barco, e nós precisamos de uma verdadeira curandeira.”

Ceres estava feliz por estar ali. Pelo pouco que tinha visto da miúda até agora, Leyana e o seu irmão pareciam encaixar bem um no outro. Eles certamente pareciam estar a fazer um bom trabalho para manter Akila vivo entre eles.

“Nós vamos levar-te a uma curandeira”, prometeu Ceres, embora não tivesse a certeza de como é que eles conseguiriam manter aquela promessa naquele momento. “De alguma forma.”

Thanos estava na proa do barco naquele momento. Ceres foi até ele, à espera que ele, melhor que ela, tivesse uma ideia do que fazer para saírem dali. O porto estava cheio de barcos naquele momento, a frota invasora estava ali como uma cidade a flutuar ao longo da cidade real.

“Era pior do que isto em Felldust”, disse Thanos. “Esta é a frota principal, mas há mais barcos ainda à espera para vir”.

“À espera de destruir o Império”, suponha Ceres.

Ela não tinha certeza de como se sentia relativamente a isso. Ela tinha estado a trabalhar para derrubar o Império, mas aquilo... aquilo só significava mais pessoas a sofrer. Pessoas comuns e nobres dariam por si a serem escravizados nas mãos dos invasores, se não fossem mortas. Por aquela altura, provavelmente eles já teriam encontrado Stephania também. Ceres provavelmente deveria ter sentido algum tipo de satisfação com isso, mas era difícil sentir muito mais para além do alívio de ela estar finalmente fora da vida deles

“Arrependes-te de ter deixado Stephania para trás?”, perguntou Ceres a Thanos.

Ele colocou um braço ao redor dela. “Lamento que tenha chegado a isso”, disse ele. “Mas depois de tudo o que ela fez... não, não me arrependo. Ela merecia isso e muito mais.”

Parecia que ele estava a ser sincero, mas Ceres sabia o quão complicadas as coisas poderiam ser quando se tratava de Stephania. Ainda assim, ela tinha desaparecido, provavelmente morta. Eles eram livres. Ou seriam, se conseguissem sair vivos daquele porto.

Do outro lado do convés, ela viu o seu pai a assentir com a cabeça, apontando.

“Ali, vês aqueles navios? Eles parecem estar a sair.

Seguramente havia galeras e engrenagens a sair do porto, juntas em grupo como se temessem que alguém levasse tudo o que tinham se não o fizessem. Tendo em conta como era Felldust, alguém provavelmente o faria.

“O que são eles?”, perguntou Ceres. “Navios mercantes?”

“Alguns podem ser”, respondeu o pai dela. “Repletos com as pilhagens da conquista. Acho que muitas das pilhagens são escravos, também.”

Aquele era um pensamento que repudiava Ceres. Haver navios ali, a levar as pessoas da sua cidade para passarem as suas vidas acorrentadas, era algo que lhe dava vontade de destruir os navios com as suas próprias mãos. No entanto, ela não podia. Eles eram apenas um barco.

Apesar da sua raiva, Ceres conseguia ver a oportunidade que eles representavam.

“Se conseguirmos lá chegar, ninguém vai questionar o facto de estarmos a sair”, disse ela.

“Nós ainda temos de lá chegar”, salientou Thanos, mas Ceres conseguia vê-lo a tentar escolher uma rota.

Os lotados navios estavam tão juntos que era mais como guiar o seu barco por uma série de canais do que uma verdadeira navegação. Começaram a escolher o caminho através dos barcos agrupados, usando os seus remos, tentando não atrair a atenção para si mesmos. Agora que estavam fora de vista daqueles que disparavam da costa, ninguém tinha nenhum motivo para pensar que eles estavam fora do lugar. Eles poderiam perder-se na grande massa da frota de Felldust, usando-a como disfarce mesmo enquanto alguns deles os perseguiam.

Ceres ergueu a espada que tinha tirado de Akila. Era grande o suficiente para que ela mal a conseguisse levantar, mas, se os caçadores fossem atrás deles, eles logo iriam descobrir o quão bem ela conseguia empunhá-la. Talvez ela tivesse uma oportunidade de a devolver ao seu dono um dia, não sem primeiro a apontar ao coração do Primeiro Pedregulho.

Mas, por enquanto, eles não se podiam dar ao luxo de lutar. Isso marcá-los-ia como estranhos, e abateria todos os barcos ao redor deles nas suas cabeças. Em vez disso, Ceres esperava, sentindo a tensão enquanto passavam pela variada embarcação de desembarque, passando pelos cascos de navios ardidos e por barcos onde estavam a acontecer coisas piores. Ceres viu barcos onde as pessoas estavam a ser marcadas como gado, viu um onde dois homens estavam a lutar até à morte, enquanto os marinheiros os animavam, viu um onde…

“Ceres, olha”, disse Thanos, apontando para um navio perto deles.

Ceres olhou, e era apenas mais um exemplo do horror ao redor deles. Uma mulher de aparência estranha, com o rosto coberto pelo que parecia ser cinza, tinha sido amarrada à proa de um navio como um exemplo. Dois soldados com chicotes estavam, à vez, a atacá-la, lentamente a esfolarem-na viva.

“Não há nada que possamos fazer”, disse o pai de Ceres. “Não podemos lutar contra todos.”

Ceres entendia isso, mas mesmo assim, ela não gostava da ideia de ficar a aguardar enquanto alguém era torturado.

“Mas aquela é Jeva”, respondeu Thanos. Ele obviamente reparou no olhar confuso de Ceres. “Ela levou-me ao Povo dos Ossos que atacou a frota para que eu pudesse entrar na cidade. É minha culpa que isto esteja a acontecer.”

Aquilo fez com que o coração de Ceres se apertasse no seu peito, porque Thanos só havia voltado para a cidade por ela.

“Mesmo assim”, disse o pai dela, “se tentarmos ajudar vamo-nos colocar todos em risco”.

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