Морган Райс - Uma Jóia Para Realezas стр 2.

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“Eu só descobri seu nome, e o de Kate, pouco tempo atrás”, ele disse. Para a surpresa de Sophia, Sienne, o gato da floresta, roçava-se contra as pernas dele, entrelaçando-se em Lucas antes de voltar para Sophia. “Meus mentores me contaram quando eu atingi a maioridade. Quando recebi sua mensagem, vim o mais rápido que pude. Amigos em Silk Lands me emprestaram um barco.”

Parecia que seu irmão tinha amigos poderosos. Isso ainda não respondia sua maior pergunta.

“Como é que posso ter um irmão?” ela perguntou. “Eu não me lembro de você. Eu nunca vi foto sua em nenhum lugar em Monthys”.

“Eu estava… escondido,” disse Lucas. “Nossos pais sabiam que a paz com a Viúva era frágil, e não aguentaria a existência de um filho. Eles espalharam a história de que eu tinha morrido.”

Sophia cambaleou um pouco. Ela sentiu a mão de Jan em seu braço, o toque de seu primo a firmando.

“Você está bem?” ele perguntou. “A criança…”

Você está grávida? Novamente parecia diferente de quando alguém com o dom tocava sua mente. Parecia familiar. Parecia certo, de alguma forma. Ela se sentiu em casa.

Eu estou, Sophia mandou de volta com um sorriso. “Mas nós devemos conversar em voz alta por enquanto.”

Ela não tinha certeza se Jan já sabia que seu irmão tinha poderes parecidos com os seus, mas agora saberia. Era justo avisá-lo, e dar-lhe uma chance de proteger seus pensamentos.

“Precisamos saber de algumas coisas”, disse Jan. Ele parecia desconfiado de um jeito que Sophia não estava, talvez porque ele não havia sentido o toque da mente. “Como podemos ter certeza de que você é quem diz ser?”

“Você é Jan Skyddar, filho de Lars Skyddar?” disse Lucas. “Meus mentores me contaram tudo sobre você, mas eles me avisaram para não te contatar enquanto eu não estivesse pronto. Eles disseram que seria perigoso. Que você não me aceitaria. Talvez eles estivessem certos.”

“Ele é meu irmão, Jan,” disse Sophia. Ela entrelaçou o braço que Jan não segurava no braço de Lucas. “Eu sinto seus poderes, e… bem, olha pra ele.”

“Mas não existe nenhum registro dele” insistiu Jan. “Oli teria mencionado se existisse um filho Danse. Ele sempre mencionou você e a Kate.”

“Parte do processo de me esconder foi ocultar qualquer traço meu,” disse Lucas. “Eu imagino que eles tenham dito que eu morri quando bebê. Eu não te culpo por não acreditar em mim.”

Sophia culpava Jan, sim, apesar de entender. Ela queria que isso tudo fosse real. Ela queria que todos simplesmente aceitassem seu irmão.

“Nós o levaremos ao castelo,” disse Sophia. “Se alguém sabe alguma coisa disso, é meu tio.”

Jan pareceu aceitar, e eles começaram a voltar por Ishjemme, passando pelas casas de madeira e as árvores que brotavam entre elas. Para Sophia, a presença de Lucas parecia natural de alguma maneira, como se um fragmento de sua vida, que ela não sabia estar perdido, tivesse aparecido por algum motivo.

“Quantos anos você tem?” perguntou Sophia.

“Dezesseis,” disse ele. Isso o colocava entre ela e Kate em idade, não o mais velho, mas o menino mais velho. Sophia entendia como isso teria sido perigoso no Reino da Viúva. Mas o desaparecimento de Lucas não as tinha protegido, não é?

“E você tem vivido em Silk Lands?” perguntou Jan. A pergunta tinha um tom interrogatório.

“Lá, e em alguns outros lugares nas ilhas distantes,” respondeu Lucas. Ele enviou uma imagem para Sophia de uma casa que era grandiosa, mas plana, os cômodos divididos por pedaços de seda ao invés de paredes sólidas. “Eu pensei que era normal crescer criado por mentores. Foi assim para você?”

“Na verdade, não.” Sophia hesitou por um momento, e então enviou-lhe uma imagem da Casa dos Não Reclamados. Ela viu Lucas, seu irmão, cerrar os dentes.

“Eu vou mata-los,” ele prometeu, e aparentemente a intensidade dessa declaração o tornou mais aceitável a Jan, pois seu primo balançava a cabeça concordando.

“A Kate foi mais rápida que você,” Sophia o assegurou. “Você vai gostar dela.”

“Pelo jeito que as coisas estão indo, eu espero que ela goste de mim,” respondeu ele.

Sophia não tinha dúvida disso. Lucas era o irmão delas, e Kate perceberia isso tão claramente quanto Sophia. E parecia que os dois combinavam também. Eles não eram os polos opostos que Kate e Sophia frequentemente pareciam ser.

“Se você foi criada… ,” disse Lucas, “como conseguir chegar até aqui, Sophia?”

“É uma história longa e complicada”, assegurou Sophia.

Seu irmão deu de ombros. “Bem, parece uma longa caminhada de volta ao castelo, e eu gostaria de saber. Eu sinto que já perdi muito do que aconteceu na sua vida.”

Sophia fez seu melhor, contando sua história aos poucos, fugindo da Casa dos Não Reclamados, se infiltrando no palácio, se apaixonando por Sebastian, tendo que partir, sendo recapturada…

“Parece que você passou por muita coisa,” disse Lucas. “E você nem começou a me contar como que tudo isso te trouxe aqui.”

“Havia uma artista: Laurette van Klett.”

“A que fez um retrato de você, inclusive com a marca do orfanato?” disse Lucas. Parecia que ele já a tinha colocado junto aos outros que a tinham atormentado, e Sophia não queria isso.

“Ela pinta o que vê,” defendeu Sophia. Essa era uma das pessoas de sua jornada em relação à qual ela não tinha ressentimento. “E ela viu a semelhança em uma pintura entre mim e minha mãe. Se não fosse por isso, eu nem saberia por onde começar a procurar.”

“Então todos devemos nossa gratidão a ela,” disse Jan. “E você, Lucas? Você mencionou mentores antes. O que eles te ensinaram? O que eles te ensinaram a ser?”.

Novamente, Sophia sentiu que seu primo a tentava proteger de seu irmão.

“Eles me ensinaram idiomas e política, como lutar, e pelo menos o início de como usar os talentos que todos nós temos,” explicou Lucas.

“Eles te ensinaram como ser um rei na linha de sucessão?” perguntou Jan.

Agora Sophia compreendia um pouco de sua preocupação. Ele pensava que Lucas estava lá para tentar tomar seu lugar. Porém, honestamente, ela suspeitava que seu primo estava mais preocupado do que ela mesma. Não era como se ela tivesse pedido para ser chamada de herdeira do trono do Reino da Viúva.

“Você acha que estou aqui para reivindicar o trono?” perguntou Lucas. Ele balançou a cabeça. “Eles me ensinaram a ser nobre, do melhor jeito que podiam. Eles também me ensinaram que não há nada mais importante que família. Nada. Foi por isso que vim.”

Sophia podia sentir sua sinceridade mesmo que Jan não pudesse. Era suficiente para ela—mais do que suficiente. Isso a ajudou a sentir-se… segura. Ela e Kate tinham dependido uma da outra por tanto tempo. Agora, ela tinha sua família estendida, seus primos, seu tio… e um irmão. Sophia mal sabia dizer o quanto isso a fazia sentir como se seu mundo tivesse se expandido.

A única coisa que poderia melhorar a situação era se Sebastian estivesse ali. Sua ausência era como um buraco no mundo que não podia ser preenchido.

“Então,” disse Lucas. “O pai de sua criança é o filho da mulher que mandou matar nossos pais?”

“Você acha que isso deixa tudo muito complicado?” perguntou Sophia.

Lucas meio que deu de ombros. “Complicado, sim. Muito complicado? Isso você que me diz. Por que ele não está aqui?”

“Eu não sei,” admitiu Sophia. “Eu queria que ele estivesse.”

Finalmente, eles chegaram ao castelo, atravessando-o até o saguão. As notícias da chegada de Lucas devem ter se espalhado à frente deles, pois todos os primos estavam lá, até Rika, que tinha um curativo cobrindo a ferida em seu rosto de quando defendeu Sophia. Sophia foi até ela primeiro, pegando em suas mãos.

“Você está bem?” ela perguntou.

Você está?” Rika respondeu de volta. “O bebê está?”

“Está tudo bem,” Sophia a assegurou. Ela olhou à sua volta. “A Kate está aqui?”

Ulf balançou a cabeça. “Frig e eu ainda não a vimos hoje.”

Hans tossiu. “Nós não podemos esperar. Precisamos entrar. O pai está esperando.”

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