O Diário De Um Gato Detective - Kristi R. F. страница 3.

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Ela estava a recuperar-se pouco a pouco da perda de Raoul. Mas nós sabíamos que tanto a Señora como o Polo sentiam terrivelmente a falta do Raoul.

Tornámo-nos bons amigos quando ajudámos o Polo durante o mistério do colar de diamantes desaparecido da Señora.

O desfecho tinha sido surpreendente, mas fantástico, apesar do susto que foi o desaparecimento do Fromage e o sítio muito estranho em que o colar foi descoberto.

Foi nessa altura que o bichinho das investigações me mordeu. Eu estava morta por me envolver noutro caso e tornar-me uma detective famosa de direito próprio.

O Terrance continuou a contar a sua história em latidos graves.

“O Solo chegou a casa com novidades que, se se confirmarem, vão deixar o Polo felicíssimo.”

“O Solo tem um amigo que trabalha para os Médicos Sem Fronteiras no Nepal.”


“Numa viagem recente a Londres, o jovem médico disse ao Solo que tinha ouvido falar de um estrangeiro, ferido, que estava a ser tratado por alguns habitantes locais numa aldeia perto dos Himalaias.”

“A breve descrição que lhe deram fizeram-no pensar que se possa tratar de Raoul, o marido da Señora.”

“Nós vamos aos Himalaias para confirmar esta informação, uma vez que o Solo não pode ter a certeza se é mesmo Raoul, o dono do Polo.”

“Se a Señora ou o Polo ficam a saber disto e afinal é outra pessoa, eles vão ficar muito desiludidos.”

“O mais importante é evitar que tanto a Señora como o Polo saibam oq eu se passa até termos a certeza de que este estrangeiro é o Raoul”, disse o Terrance.

“Não te preocupes, nós vamos fazer tudo para que isto não chegue aos ouvidos do Polo”, disse eu, olhando para o Fromage e a Charlotte com um olhar severo.

“A última coisa que eu quero é desiludir o Polo. Ele é nosso amigo”, disse a Charlotte, olhando para o Fromage e franzindo os seus olhinhos pequeninos.

“Também eu”, murmurou o Fromage, um pouco acanhado. Eu respirei de alívio.

Terrance deu-nos mais pormenores.

Ele ia acompanhar Solo e Hobbs na viagem até ao Nepal. Eles iam apanhar o avião de Inglaterra para Katmandu, a capital do Nepal, onde iam alugar um carro para ir até aos Himalaias. De lá iriam a pé até à aldeia, com a ajuda de um guia local.

O Terrance disse-nos que a parte da viagem que iam fazer a pé era perigosa e difícil, Iam ter de andar por caminhos estreitos em encostas montanhosas.

Mas o Solo estava decidido a fazê-lo porque o Raoul era seu amigo. Se o Raoul estivesse vivo, ia fazer toda a diferença do mundo para a Señora se ela pudesse vê-lo outra vez.

“E não só para a Señora”, disse a Charlotte, numa voz fininha.

“Também para o Polo. Ele adorava o Raoul! Afinal, ele é o pai dele”, suspirou Charlotte com o seu narizinho a tremer.

Prometemos ao Terrance não dizer uma palavra ao Polo acerca da razão que os levava a viajar até ao Nepal.

“Quando é que partem?”, perguntei.

“Amanhã”, ladrou o Terrance.

“O Hobbs está a fazer as malas. Ele já comprou os bilhetes de avião para o Nepal. Eu vou agora tomar as minhas vacinas para poder viajar para fora do país.”

De repente lembrei-me de uma coisa – e o Natal?

Nós tencionávamos festejar o Natal todos juntos em casa do Solo. A Señora, o Polo, os empregados deles, o Senhor e a Senhora Applebee, que eram parentes do Hobbs e muito simpáticos, e a Mãe andavam a planear o jantar de Natal há semanas.

“Se tudo correr bem, estaremos de volta antes do Natal”, disse o Terrance.

Eu senti um arrepio na espinha quando vi o olhar pensativo que os dois velhos amigos, Monk e Terrance, trocaram entre si.

Lembrei-me do que o Terrance tinha dito acerca da última parte da viagem, que era muito perigosa e extremamente arriscada.

E eu aqui, a pensar na festa de Natal, enquanto a família do Monk ia viajar por algumas das estradas mais perigosas do mundo para ajudar a Señora e o Polo, dois bons amigos nossos.

Que egoísta que eu sou!

Não admira que o Monk estivesse em pânico quando me visitou nesse dia.

Ele parecia ter-se acalmado, mas devia estar ansioso por ver a sua família fazer uma viagem tão perigosa – e a perguntar-se se eles regressariam sãos e salvos.

Os Himalaias! Hmmmm… pensei eu. Nunca tinha ouvido falar desse sítio. Eu, que normalmente gostava de saber tudo, estava perplexa.

“Onde é que isso fica?”, perguntei ao Terrance.

Ele foi até à secretária do Solo e trouxe-nos um livro com fotografias dos Himalaias.

Que paisagem extraordinária! Imensas montanhas com o cume coberto de neve. Aquele lugar era enorme e tinha um ar muito inóspito. Eu imaginava como devia ser gelado…

Eu imaginei o Terrance observando os Himalaias, pronto para os conquistar.

“Solo não acha que esta seja a melhor altura do ano para visitar os Himalaias, já que entre Novembro e Março é extremamente frio”, ladrou o Terrance

“Mas, por outro lado, o Solo também não quer esperar nem mais um dia, no caso de o Raoul estar vivo e a precisar de cuidados médico.

Nós vamos de avião directos a Katmandu”, concluiu o Terrance.


“Vai ser difícil para ti ficares sozinho, Monk?”, perguntou a Cara com o seu miado suave.

“O Lance vem até cá. O Solo ligou-lhe ontem à noite e pediu-lhe para tomar conta da casa até eles voltarem”, respondeu Monk, piscando os olhos.

“Quem é o Lance?”, perguntou o Fromage.

“Um familiar afastado do Solo”, disse o Monk.

“É um rapaz novo, sempre metido em biscates. Ele fica cá quando o Solo e o Hobbs estão a trabalhar num caso.”

“Ele não é má pessoa, mas eu tento manter-me afastado dele. Normalmente ele fica por aqui a ver televisão enquanto come sem parar, e tem umas ideias meio malucas para ganhar dinheiro”, miou o Monk.

11 Dias Até Ao Natal

Segunda-Feira De Manhã:

Nós fomos até casa do Monk para nos despedirmos dos nossos amigos que iam partir para os Himalaias.

O Solo e o Hobbs tinham imensa bagagem espalhada pelo hall de entrada. Eles iam levar os casacos de inverno e as botas para os manterem quentes nas montanhas altas dos Himalaias.

O Terrance tinha um casaco de malha polar bem quentinho e umas botinhas para proteger as patas dele das pedras afiadas e do frio.

Também se viam tendas robustas e uma caixa grande de mantimentos enlatados suficientes para duas semanas.

Coisas como frutas e vegetais e outros produtos que só se podem comer frescos iam ser comprados pelo guia deles no mercado, antes de fazer a viagem a pé.

O Terrance tinha comida enlatada especial e uma grande embalagem de biscoitos para cão.

O Fromage tinha-me dito que, quando a Mãe tinha sabido da viagem deles, tinha vindo trazer-lhes um bocado grande de queijo francês, bem embrulhado em papel de alumínio, para eles levarem na viagem.

Ele cheirou o queijo através da caixa e declarou que ele estava bem embalado lá dentro.

O Monk fez uma careta quando a sua família se preparou para partir.

Conhecendo o Monk há tempo suficiente, eu sabia que ele estava preocupado com a segurança da sua família, embora o escondesse. Ainda assim, a sua expressão, normalmente calma e bem-humorada, estava tensa.

“Fica bem, amigo, estaremos de volta antes que tenhas tempo de sentir a nossa falta”, disse o Terrance ao Monk.

“Não te preocupes muito com o Monk. Prometo-te que vamos fazer-lhe companhia até tu voltares”, sussurrei eu ao Terrance quando o Monk não estava a olhar.

“Toma conta de ti e traz toda a gente de volta sã e salva, de preferência incluindo o Raoul. Isso ia deixar o Polo doido de alegria”, acrescentei.

“Obrigado, Inca. Tivemos muita sorte por vocês se terem mudado para a casinha aqui ao lado”, ladrou o Terrance, enquanto me dava aquele sorriso meio de lado com a língua cor-de-rosa ao dependuro.

Pouco depois chegou um táxi preto e grande. O Lance, que tinha chegado entretanto, juntamente com o Hobbs e o taxista, carregaram o carro com a bagagem, e lá foram eles começar a sua viagem até ao Nepal.

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