Huo Aderito Francisco - Um Quarto De Lua стр 5.

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Elio olhava a irmã e o primo e se questionava como teria feito aqueles dois para sintonizar-se tao cedo no mesmo canal. mas estava feliz nao estando a viajar sozinho, todos aqueles acontecimentos estranhos começavam a preocupá-lo. era vitima de uma conspiração ou devia começar a duvidar da sua integridade mental?

Libero agitou-se, era hora para preparar-se para descer, tinha visto da janelinha a casa da senhora Gina que tinha tomado como ponto de referencia. o comboio parou, ele carregou todas as malas enquanto Gaia abria a porta do vagao, e lançou-se para fora, agitava-se como quem, como ele, viajava poucas vezes.

Os habitantes do local a chamavam estação, mas era apenas uma paragem. únicas comodidades uma marquesa com o tecto com um buraco e uma maquina automatica para comprar os bilhetes, sempre quebrada, que dizia a todos os passantes Fiquem atentos, a estação nao está vigiado, poderiam sofrer um roubo de esticão.

Libero suspirou profundo e disse:

- Agora sim que se respira. Bem-vindos a Campoverde.

- Ja sinto o cheiro dos campos - notou Gaia - Nao é verdade Elio?

Elio nao sentia a diferença com a cidade e ergueu os ombros.

- Elio, tu carrega a mala de Gaia, eu levarei o resto - ordenou Libero.

Para Gaia esta atitude de cavalheiro, que em outros casos a teria importunado, feito com esta natureza, a divertia e estava no jogo. quiçá a sua avaliaçao inicial do primo tinha sido precipitada, nao era pois tao pateta

Gaia e Libero passaram diante da maquina falante que pela milesima vez repetiu a mesma frase e sorrindo encaminharam-se para a passagem subterranea.

Elio teve que pegar com as duas mãos a enorme mala de gaia para descer as escadas da passagem subterranea e de novo para subir. isto arrasou-o.

nos ultimos degraus deu fundo a todas as suas forças, na convicçao de que a tia estivesse à espera deles para dar a sua mao.

Fora da estaçao, apenas o parque de estacionamento vazio estava à espera deles. Libero, com a prima ao seu lado, dirigiu-se para a esquerda para uma longa rua estreita e asfaltada perfeitamente. nas bermas da rua somente dois canais de agua a separavam dos campos de milho de uma parte e de trigo doutra.

elio, desesperado, no momento em que recuperava o folego, gritou para eles esperam por mim. a irmã virou perturbada, nao ouvia o irmão falar em voz alta há anos, muito menos para imaginar a gritar daquele jeito.

- Onde está a ajuda da tia? - perguntou Elio.

- Ah, estava a esquecer, telefonou para mim antes, disse que nao poderia vir porque Camilla, a nossa vaca, deve parir de um momento para o outro e nao pode distanciar-se.

- Camilla, parir? E agora, como faremos? - interrogou Elio ofegando.

- Fique tranquilo, só quatro quilometros e ja estamos na fazenda - acrecentou Libero num tom tranquilizador.

- Quatro quilometros? - foram as ultimas palavras de Elio.

- Força! a mala da tua irma tem por acaso pequenas rodas! - zombou dele Libero e dizendo desta forma retomou a caminhada.

ao de longe começavam a vislumbrar-se as primeiras casas da aldeia.

- Ali está! aquela casa com a cerejeira é a nossa fazenda.

Libero apontou uma granja encarnada veneziana com partes verde-escuras. na parte frontal havia um lindissimo jardim, bem tratado, nas suas traseiras havia curral e o estendal para a roupa, mais adiante estendiam-se os campos.

- Mamã, chegamos! - gritou Libero largando as malas na pequena alameda e correndo para o curral.

a tia Ida saiu pela porta de casa.

- Os meus sobrinhos! - gritou de alegria.

Gaia atirou-se de braços abertos e abraçou-a. Elio aproximou-se estourado e deu-lhe, por educaçao, um beijo na bochecha.

Ida tinha acabado de completar os cinquenta anos, mas a beleza nao tinha ainda perdido a sua exiberancia embora ela nada fazia para pô-la em evidencia. era de uma altura média e magra, bem proporcionada, mas os seus braços e as suas pernas tinham musculos adelgaçados e fortes para fazer inveja a um atleta de corrida campestre. a vida dura da fazenda era o seu treinamento diario. tinha os cabelos loiros, que os tinha recolhidos em rabo de cavalo, a pele do rosto clara e uns lindissimos olhos verdes, como aqueles do neto.

no entanto Libero gritava alegre por ter regressado ao curral:

- Camilla teve uma femea! outro leite a chegar!

a tia os convidou para entrar, a mesa estava arrumada e pelo ar o bom cheiro do almoço pronto. os rapazes comeram famintos, Gaia nao cessava mais de contar as emoçoes da viagem à tia.

depois do almoço, Gaia ajudou a tia a arrumar a cozinha, enquanto Libero puxou o Elio numa passeata pela fazenda pedindo-lhe, ou melhor ordenando-lhe, para ajudá-lo em cada trabalho.

à noite a tia explicou a eles que teriam que dormir na sala de estar, no sofá-cama, até que nao teriam que arranjar o sotao que tornar-se-ia o quarto deles durante o verao.

Gaia precipitou-se pelas escadas atras da tia para dar uma olhadela. Elio, pelo contrario, estava assolado por mais uma má noticia.

subiram até ao andar onde havia os quartos da tia, do Libero e do ercole, o mais novo da casa que estava no campo de escutismo. Ida lhe indicou a pequena escada de madeira que conduzia até ao sotao, ela nao subira, estava cansada de fazer vaivem, tinha estado ja varias vezes durante o dia para abrir as persianas e fazer entrar o ar.

ao mesmo tempo, a tia dirigiu-se para o seu quarto para telefonar secretamente à cunhada Giulia, queria actualizá-la sobre a chegada dos filhos.

Giulia nao deixou tocar o telefone uma segunda vez.

- Olá querida, como estás? - perguntou Ida.

- Bem, mas conta-me como ocorreu.

- Consegiu chegar até aqui a pé a partir da estaçao sem desmaiar. pensava que eu estaria de carro à espera deles, como desculpa Libero lhe disse que a vaca Camilla devia parir - fartava-se de rir Ida.

- Gostaria de tê-lo visto suado!

- Depois do almoço - começou a relatar Ida, mas Giulia a interrompeu.

- Comeu alguma coisa?

- sim, limpou o pratro da entrada e a carne.

- Wow! na nossa casa nao dá que uma mordidela de uma sanduiche.

- é duro, nao fala - disse Ida - Mas verás que consiguiremos fazê-lo recuperar um bocadinho.

no fundo ouvia-se Carlo a perguntar e rir.

- TV e videojogos escondi-os, se tiver que ser remedio muito forte assim será.

Elio, deitado de forma extremamente inconveniente no sofá, nao lograva mover um musculo, há anos que nao se movimentava tanto assim.

na escola, com uma desculpa ou outra, conseguia mesmo saltar a hora da gunastica.

- Elio, anda, corre vai chamar a tua irma, preciso de ajuda para preparar o jantar.

Elio nao dava credito às suas orelhas, levantar-se lhe parecia impossivel.

Mas a tia, com tom de general que nao admitia resposta negativa, intimou:

- Elio, ouviste?

- Estou a ir - respondeu e com uma cara de fúnebre dirigiu-se para as escadas.

parou em baixo da escada de madeira e começou a chamá-la para descer.

Gaia, nao obstante os gritos do irmao, nao respondia.

ainda mais aflito, subiu as escadas. o semi-obscuro que provinha do sotao lhe causava ansiedade. um degrau depois do outro o trajecto lhe parecia infinito. chegado com a cabeça apenas por baixo do orificio rectangular, começou de novo a chamar, uma vez ainda respondeu o silencio. ganhou força e enfrentou os ultimos degraus. por cima algo lhe pegou o braço.

elio ficou paralisado, com os olhos fechados, o terror desenhou-se no seu rosto.

- apanhei-te! - exclamou Gaia que viu o irmao naquela condiçao.

- Larga-me idiota, deixou-me preocupado, nao podia responder.

Gaia nao colheu a provocaçao e visto que tinha ficado curiosa sobre aquilo que tinha achado disse:

- Este sotao está cheio de coisas estranhas. venha, olha o que te faço ver

Elio terminou de subir e seguiu a irma que estava a folhear algumas fotos antigas.

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