Морган Райс - Em Busca de Heróis стр 12.

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O soldado continuou a olhar para a frente, ignorando-o totalmente.

“Eu disse que estou procurando pela Legião do Rei!” Thor insistiu com voz mais alta, determinado a ser reconhecido.

Após alguns segundos, o soldado olhou para baixo, com desdém.

“Pode me dizer onde fica?” Thor insistiu.

“E que tipo de negócio você tem com eles?”

“Um assunto muito importante.” Thor urgiu, esperando que o soldado não o pressionasse.

O soldado novamente passou a olhar fixamente para a frente, ignorando-o mais uma vez. Thor sentiu seu coração afundar-se, com medo de não receber jamais, uma resposta.

Porém, depois do que pareceu ser uma eternidade, o soldado lhe respondeu: “Siga pelo portão ao leste, em seguida, siga pelo Norte tanto quanto você puder. Pegue o terceiro portão à esquerda, depois a bifurcação à direita e mais uma bifurcação à direita. Passe pelo segundo arco de pedra, o campo de treinamento estará logo depois do portão. Mas eu lhe aviso, você perde seu tempo. Eles não recebem visitantes.”

Era tudo o Thor precisava ouvir. Sem perder um segundo, ele se virou e correu pelo campo, seguindo as instruções, repetindo-as em sua cabeça, tentando memorizá-las. Ele notou o sol alto no céu e só rezava para que, quando ele chegasse, não fosse já tarde demais.

*

Thor correu pelos caminhos imaculados, bordejados com conchas marinhas, dando voltas e percorrendo seu caminho através da corte do rei. Ele tentou o melhor possível seguir as direções, esperando não desviar-se do caminho. No outro extremo do pátio, ele viu todos os portões e escolheu o terceiro da esquerda. Passou por ele e em seguida, seguiu pelas bifurcações, percorrendo cada etapa do caminho. Ele correu contra o tráfico, entre milhares de pessoas que abarrotavam a cidade, a multidão crescia a cada minuto. Ele esbarrava nos tocadores de alaúde, malabaristas, bobos da corte e artistas de todo tipo, todos eles vestidos com muita elegância.

Thor não podia suportar a ideia de que a seleção começasse sem ele e tentou o melhor que podia concentrar-se enquanto percorria cada trecho do caminho, à procura de qualquer sinal do campo de treinamento. Ele passou por um arco, virou-se na direção indicada e então, lá longe, avistou o que só poderia ser o seu destino: um mini coliseu, construído com pedras, em um círculo perfeito. Soldados guardavam o portão enorme, localizado no centro. Thor ouviu o ruído da plateia abafado pelas paredes e seu coração acelerou. Esse era o lugar.

Ele correu, seus pulmões explodiam. Quando ele alcançou o portão, dois guardas se adiantaram e baixaram suas lanças, barrando o caminho. Um terceiro guarda deu um passo adiante e fez um gesto com a mão, indicando-lhe que se detivesse.

“Pare aí!” Ele ordenou.

Thor parou em seco, tratando de recuperar o fôlego, mal podia conter sua agitação.

“O senhor… não… entende.” Ele disparou as palavras, saltando entre as respirações. “Eu tenho de entrar. Estou atrasado.”

“Tarde para quê?”

“O alistamento.”

O guarda, um homem pesado, baixo com a pele esburacada, se virou e olhou para os outros, quem lhe devolveram o olhar zombeteiro. Ele se virou e perscrutou Thor com um olhar depreciativo. “Os recrutas ingressaram horas atrás, no transporte real. Se você não foi convidado, você não pode entrar…”

“Mas o senhor não entende. Eu devo…”

O guarda estendeu a mão e agarrou Thor pela camisa.

Você, não entende, você, seu moleque insolente! Como ousa vir aqui e tentar forçar a entrada? Agora vá embora, antes que eu lhe prenda.”

Ele empurrou Thor, que cambaleou para trás vários metros.

Thor sentiu uma pontada no peito, onde a mão do guarda havia tocado, porém, mais do que isso, ele sentia a dor da rejeição. Ele estava indignado. Ele não tinha ido até ali para ser rejeitado por um guarda, sem sequer ser visto. Ele estava determinado a entrar.

O guarda voltou-se para seus homens e Thor lentamente afastou-se, indo no sentido horário em torno do edifício circular. Ele tinha um plano. Ele andou até que estivesse fora da vista, então irrompeu a correr, traçando seu caminho ao longo das paredes. Ele assegurou-se de que os guardas não estivessem observando, então aumentou a velocidade até correr mais velozmente. Quando ele estava do outro lado do edifício ele avistou outra entrada para a arena – no alto havia aberturas em arco na pedra, bloqueadas por barras de ferro. Em uma dessas aberturas estava faltando uma barra. Ele ouviu outro rugido, subiu o parapeito da janela e olhou.

Seu coração se acelerou. Espalhados dentro do enorme campo de treinamento em forma de círculo se encontravam dezenas de recrutas – incluindo seus irmãos. Alinhados, todos eles diante de pelo menos uma dúzia de soldados do Exército Prata. Os homens do rei caminhavam entre eles, contando-os.

Outro grupo de recrutas permanecia separado sob o olhar atento de um soldado, atirando lanças um em alvo distante. Um deles errou.

As veias de Thor ardiam de indignação. Ele poderia ter batido essas marcas; ele era tão bom quanto qualquer um deles. Só porque ele era mais jovem, um pouco menor, não era justo que ele fosse deixado fora.

De repente, Thor sentiu uma mão em suas costas ao mesmo tempo em que foi puxado para trás e jogado pelos ares. Ele aterrissou com força no chão, sem fôlego.

Ele olhou para cima e viu o guarda do portão, zombando dele.

“O que foi que eu disse, rapaz?”

Antes que ele pudesse reagir, o guarda se inclinou para trás e o chutou com força.

Thor sentiu um golpe forte em suas costelas, enquanto o guarda começou a chutá-lo novamente.

Desta vez, Thor conseguiu agarrar o pé do guarda ainda no ar; ele puxou-o, deixando-o sem equilíbrio e fazendo-o cair.

Thor e o guarda se levantaram ao mesmo tempo. Thor olhou para ele chocado com o que havia acabado de fazer. A sua frente, o guarda o olhava furiosamente.

“Eu não vou apenas prendê-lo.” O guarda disse com voz ríspida. “Mas vou fazer com que você pague caro por isso. Ninguém toca um guarda do rei! Esqueça a Legião – Agora você vai é chafurdar na masmorra! Você vai ter sorte se algum dia for visto novamente!”

O guarda puxou uma corrente com um grilhão em sua extremidade. Ele se aproximou de Thor, a vingança se refletia em seu rosto.

A mente de Thor voava. Ele não podia permitir que o prendessem – ainda assim, ele não queria ferir um membro da guarda do rei. Ele tinha de pensar em alguma coisa, e rápido.

Ele se lembrou de seu estilingue. Os reflexos se apoderaram dele quando o agarrou, o carregou com uma pedra, fez pontaria e atirou.

A pedra cruzou o ar e atingiu os grilhões que o guarda atordoado havia estado agarrando; a pedra também tinha atingido os dedos do guarda. O guarda se afastou e apertou sua mão, gritando de dor quando as correntes caíram no chão com seu barulho característico.

O guarda, dando a Thor um olhar mortal, desembainhou a espada. Ela saiu com um som diferenciado, metálico.

“Esse foi o seu último erro.” ele ameaçou sombriamente e investiu contra Thor.

Thor não tinha escolha; esse homem simplesmente não iria deixá-lo viver. Ele colocou mais uma pedra em sua funda e atirou nele. Apontou deliberadamente, ele não queria matar o guarda, mas tinha de pará-lo. Então, em vez de apontar para o seu coração, nariz, olhos ou cabeça, Thor apontado para o lugar que sabia que iria detê-lo, mas não matá-lo.

Apontou entre as pernas do guarda.

Ele deixou a pedra voar, não com força total, mas apenas o suficiente para colocar o homem no chão.

Foi um lançamento perfeito.

O guarda tombou, deixando cair sua espada, agarrando sua virilha enquanto caía no chão e se enrolava como uma bola.

“Você será enforcado por isso!” Ele gemeu em meio a grunhidos de dor. “Guardas! Guardas!”

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