“Se você puder fazer o que nenhum dos outros rapazes foi capaz de fazer – se você puder acertar a marca daí onde está— então você poderá unir-se a nós.”
O cavaleiro se afastou, Thor podia sentir os olhos de todos fixos nele.
Ele viu um suporte com lanças e as examinou cuidadosamente. Elas eram da melhor qualidade que ele já tinha visto, feitas de carvalho sólido, envoltas no couro mais delicado. Seu coração bateu descompassado quando ele deu um passo à frente, limpando o sangue do seu nariz com as costas da mão, sentindo-se mais nervoso do que nunca antes em sua vida. A ele tinha sido dada, claramente, uma tarefa quase impossível. Mas ele tinha de tentar realizá-la.
Thor se aproximou e pegou uma lança, nem muito longa, nem muito curta. Ele sentiu o peso dela em sua mão, era pesada, substancial. Não como as que ele usava em casa. Mas lhe parecia boa. Ele sentiu que talvez, quem sabe, ele poderia acertar o alvo. Depois de tudo, ele era quase tão bom arremessando lanças, quanto atirando pedras com a funda, e os muitos dias de andar pelos bosques tinham lhe proporcionando alvos consideráveis. Ele sempre tinha sido capaz de acertar o alvo, mesmo quando seus irmãos não podiam.
Thor fechou os olhos e respirou profundamente. Se ele falhasse, os guardas saltariam sobre ele e o arrastariam até a prisão e suas chances de entrar para a Legião seriam arruinadas para sempre. Esse momento único reunia tudo o que ele sempre sonhou.
Ele orou a Deus com toda a sua alma.
Sem hesitar, Thor abriu os olhos, deu dois passos a frente, recuou, e arremessou a lança.
Ele segurou a respiração enquanto a via atravessar o ar.
Por favor, Deus. Por favor…
A lança atravessou o denso e mortal silêncio e Thor podia sentir as centenas de olhos postos sobre ele.