Морган Райс - Ascensão стр 8.

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“Então eu escolho que não seja dissecada!” Kevin disse.

“Depois que terminarmos,” Xan Mais Puro disse. “Quando você se juntar a Colmeia.”

“O quê?” Kevin disse. Balançou a cabeça. “De jeito nenhum.”

O alien se moveu na sua direção, o aparelho com tentáculos em seus dedos.

“Seu cérebro tem capacidades que são necessárias para a Colmeia,” Xan Mais Puro disse. “De forma que vai se juntar a nós.”

O alien fez soar como se fosse um fato inegável, simplesmente o jeito que o mundo funcionava. Fez a ideia soar tão óbvia e natural quanto água molhada, ou sol quente. Mas não havia nada natural sobre a coisa com tentáculos que Xan Mais Puro segurava.

“E daí?” Kevin exigiu, mais porque qualquer momento que pudesse adiar essa história parecia uma boa ideia. “Vai me transformar num dos Mais Puros que nem você? E aí eu perco todo meu cabelo e fico com esses olhos bizarros?”

Talvez se Kevin irritasse o alien o bastante, poderia distraí-lo do que estava para fazer. Claro, ele podia decidir fazer uma série toda de coisas muito piores, mas naquele momento, Kevin não podia imaginar nada pior do que se transformar num deles.

“Você não é dos Mais Puros,” Xan Mais Puro disse. “Mas pode ser transformado em um da Colmeia. Vai se transformar em nosso emissário, um de nossos escolhidos. Deveria se felicitar com a honra.”

“Acha que é uma honra pro Kevin ter o cérebro invadido?” Chloe exigiu.

“Não será uma invasão,” Xan Mais Puro disse. “Kevin irá nos receber. Irá concordar em ser um dos nossos.”

“Por que eu tenho que concordar?” Kevin exigiu. “Por que não faz isso logo se vai mesmo fazer, em vez de ficar com joguinhos?”

O alien pareceu quase ofendido, embora Kevin duvidasse que pudesse sentir essa emoção. Duvidava que pudesse sentir qualquer coisa.

“Não jogamos,” disse. “Mas os cérebros da sua espécie são delicados, e necessitamos do seu intacto para as tarefas que a Colmeia tem para você. Se lutar demais durante o processo, existe a possibilidade que ele seja... danificado.”

“Eu vou lutar,” Kevin prometeu. “Prefiro morrer do que fazer qualquer coisa pra te ajudar.”

O alien ficou parado o encarando, aparentemente sem compreender o que ele tinha dito. Franziu o rosto levemente, inclinando a cabeça para um lado como se escutasse algo que só ele podia ouvir. Kevin sentiu que estava tentando decifrá-lo, e decidir o que devia fazer no meio tempo.

“Sua declaração é tola,” Xan Mais Puro disse. “Render-se é do seu interesse. Poderá continuar a existir.”

“Já estou morrendo mesmo,” Kevin disse, lembrando-se do momento que o médico o diagnosticara com sua doença, explicado quão pouco tempo ele tinha para viver. “Acha que eu me importo com essas ameaças?”

O alien o encarou por mais alguns momentos, e de novo, e Kevin sentiu que recebia conselhos dos outros de sua espécie.

“Podemos salvá-lo,” ele disse, soltando as palavras como pesos de chumbo.

O choque que correu por Kevin era como água gelada. Os melhores cientistas que a Terra tinha para oferecer tinham tentado e falhado em ajudar. E agora aqui estavam os aliens, oferecendo sua saúde como se não fosse nada.

“É mentira,” ele disse. Tinha que acreditar que estava mentindo. “Você já mentiu sobre tanta coisa, acha que eu vou acreditar nisso?”

Pensou em todos os jeitos que eles tinham mentido para fazê-lo ajudar com a invasão da Terra. Tinham dito que eram refugiados procurando abrigo em outro planeta. Tinham dito que estavam fugindo da destruição, não a causando.

“Você viu o que podemos fazer,” Xan Mais Puro disse. “Podemos manipular a carne em modos que sua mente humana não pode imaginar. Os Mais Puros da Colmeia são preservados quase indefinidamente. Para nós faz todo sentido mantê-lo vivo. Poderíamos curá-lo, se fosse da Colmeia.”

O que Kevin poderia dizer a esse tipo de tentação? Era tudo que ele queria desde que o médico explicou o que estava acontecendo. Quando estava no instituto da NASA, secretamente tinha tido esperanças que um dos cientistas ali podia achar um jeito de ajudá-lo, acabar com os tremores e a dor. Tinha pensado que daria quase qualquer coisa para ficar bem de novo. Kevin precisou de tudo que tinha para sacudir a cabeça.

“Se preciso morrer pra que você não consiga o que queira, é isso que eu vou fazer,” Kevin disse. E era sério. Ele queria viver, tinha tido esperanças de se curar, mas nessa altura já tinha tido bastante tempo de aceitar o que ia acontecer com ele. Se morrer podia impedir os aliens... bom, ele não queria, mas faria.

“E quanto ao resto que a Colmeia pode oferecer?” Xan Mais Puro disse. “Estamos cientes que sua espécie valoriza amigos e família. Como um de nós, poderia decidir o que fazer com aqueles que controlamos.”

Kevin engoliu em seco, pensando em sua mãe, pensando em Luna. Havia tantas pessoas que ele conhecia na Terra, tão longe que não era mais visível no monitor. Se pudesse ajudá-los... não, se os aliens queriam alguma coisa dele, isso não ajudaria ninguém.

“E existe a questão da sua amiga aqui,” Xan Mais Puro disse. “Como este aqui disse, como membro da Colmeia, você poderia determinar o seu destino. Se não aceitar, realizaremos experimentos na fêmea enquanto você assiste.”

Kevin congelou, olhando do alien para Chloe e de volta.

“Não, Kevin. Não faz isso,” Chloe disse. Kevin podia ouvir seu desespero. “Deixa eles me matarem. O que for preciso!”

Kevin podia ouvir a sinceridade em sua voz, mas... não podia fazer isso. Não podia ficar lá e assistir enquanto Chloe morria. Sabia que iam fazer isso. Havia alguma coisa a respeito do modo frio e sem emoção em que Xan fez sua ameaça que a transformava em algo mais. Não exatamente uma ameaça, mas uma simples declaração do que aconteceria.

“Vamos transformá-lo de qualquer jeito,” Xan Mais Puro disse. “É simplesmente uma questão de quanto você lutará e quanto irá doer. Faça sua decisão, Kevin McKenzie.”

“Lute contra eles, Kevin,” Chloe disse. “Não desiste!”

Kevin olhou para ela, tentando não pensar em todas as coisas que os aliens podiam fazer com ela. Mas era impossível fazer qualquer coisa além de imaginar o que poderia acontecer se fizessem experimentos nela. Ele podia mesmo ficar parado assistindo se eles começassem a abri-la para descobrir como funcionava, ou transformá-la em alguma coisa que não era humana? Podia mesmo fazer isso, quando tudo que conseguiria era ser transformado a força?

Não podia, e sabia disso.

“Ok,” ele disse, odiando cada momento. “Pode fazer.”

“Teríamos feito de qualquer modo,” Xan Mais Puro assegurou. “Doerá mais quanto mais você resistir.”

“Kevin,” Chloe disse. “Por favor lute. Você tem que ficar você mesmo. Tem que ser forte.”

Essa, Kevin percebeu, era a única esperança. Eles não podiam se soltar. Não podiam lutar fisicamente. Sua única chance era se juntar a Colmeia, e de alguma forma conseguir manter suficiente de si mesmo...

Nem terminou o pensamento antes de Xan Mais Puro aplicar os tentáculos em seu crânio, e a Colmeia invisível perfurar seu cérebro.

Kevin gritou com a dor, veloz e súbita, como uma lança de gelo apunhalando os fundos de sua mente. Pensou que estava acostumado à dor; com sua doença, achou que sabia o que era sentir dor, mas agora percebia que não era nada comparado ao que estava acontecendo. Podia sentir os tentáculos explorando seus pensamentos e memórias, a sensação desconfortável e familiar demais, da última vez que os aliens tinham examinado sua mente.

Mas era diferente, porque os aliens não estavam só olhando dessa vez.

Kevin podia sentir a Colmeia dentro de seus pensamentos, mentes e mais mentes, interligadas e poderosas. Era frio e quente e doloroso ao mesmo tempo. Pareciam cacos de vidro raspando seus pensamentos. Podia sentir as massas de controlados nas beiradas, nem sequer uma parte verdadeira do todo. Podia sentir as bordas afiadas das criaturas de guerra, e os pensamentos mais lentos, mais macios das bestas de carga. E ali estavam os Mais Puros e seus servidores, fios brilhantes dentre a teia completa.

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