Грейс Фиона - Assassinato na Mansão стр 5.

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Os olhos de Lacey se arregalaram e sua boca se abriu enquanto ela corria os últimos passos em direção à casa. Uma placa de madeira ao lado da porta dizia: Chalé do Penhasco.

Ivan apareceu ao lado dela com um grande chaveiro tilintando em suas mãos enquanto procurava a chave certa. Lacey parecia uma criança diante do carrinho de sorvete, esperando com impaciência para pegar o seu, quase saltitando na ponta dos pés.

"Não tenha muitas esperanças", disse Ivan pela enésima vez, finalmente encontrando a chave certa — uma de bronze enferrujado e bem grande, que parecia feita para abrir o castelo de Rapunzel — antes de girá-la na fechadura e abrir a porta.

Lacey entrou ansiosamente dentro do chalé e foi atingida pelo repentino e poderoso sentimento de voltar para casa.

O corredor era rústico, para dizer o mínimo, com tábuas de madeira não tratadas e papel de parede desbotado. Ao longo do meio da escada à sua direita, havia um tapete vermelho muito fofo com detalhes laterais dourados, como se o dono original pensasse que era uma casa imponente, e não um pequeno e pitoresco chalé. Uma porta de madeira à sua esquerda estava aberta, como se estivesse chamando-a para entrar.

"Como eu disse, está um pouco abandonado", disse Ivan, enquanto Lacey entrava na ponta dos pés.

Ela se viu em uma sala de estar. Três das paredes estavam cobertas com papel listrado nas cores verde-hortelã e branco, e a outra exibia os blocos de pedra expostos. Uma grande bay window dava para o oceano, com um assento sob medida. Um fogão à lenha com uma longa calha preta ocupava um canto inteiro, com um balde prateado ao lado, cheio de lenha. Uma grande estante de madeira ocupava a maior parte de uma parede. O sofá, a poltrona e o apoio dos pés pareciam originais, da década de 1940. O lugar estava precisando de uma boa limpeza, mas para Lacey, isso só o tornava ainda mais perfeito.

Ela girou para encarar Ivan. Ele parecia apreensivo enquanto esperava a avaliação dela.

"Eu amei!" ela exclamou.

Ivan parecia surpreso (e com uma pitada de orgulho, observou Lacey).

"Ah!" ele exclamou. "Que alívio!"

Lacey não conseguiu se conter. Emocionada, ela precorreu a sala, observando todos os pequenos detalhes. Na estante de madeira esculpida e ornamentada, havia dois livros de mistério, com as páginas enrugadas por causa do tempo. Um cofrinho de porcelana com uma ovelha e um relógio que não estava mais funcionando eram exibidos na prateleira seguinte, e embaixo havia uma delicada coleção de bules de porcelana. Era o sonho de uma fã de antiguidades que se tornava realidade.

"Posso ver o resto?" perguntou Lacey, sentindo seu coração crescer dentro do peito.

"Fique à vontade", respondeu Ivan. "Vou para o porão, resolver o aquecimento e a água".

Eles seguiram pelo pequeno corredor escuro, e Ivan desapareceu por uma porta embaixo da escada enquanto Lacey continuou até a cozinha, com o coração batendo forte.

Quando ela passou pela porta, deixou escapar uma exclamação.

A cozinha parecia vinda de um museu vivo da era vitoriana. Havia um genuíno AGA preto, tachos e panelas de latão pendurados em ganchos aparafusados no teto e uma grande tábua de carne quadrada bem no meio. Pelas janelas, Lacey podia ver um amplo gramado. Do outro lado das elegantes portas francesas, havia um pátio, onde uma mesa e uma cadeira bambas haviam sido colocadas. Lacey podia se imaginar sentada ali, comendo croissants recém-assados enquanto bebia café peruano orgânico da cafeteria gourmet.

De repente, um som alto de algo batendo a tirou bruscamente de seu devaneio. Vinha de algum lugar sob os pés de Lacey; ela sentiu as tábuas do assoalho vibrarem.

"Ivan?" Lacey chamou, voltando para o corredor. "Está tudo bem?"

A voz dele surgiu através da porta aberta do porão. "São apenas os canos. Eu acho que não são usados há anos. Pode demorar um pouco para se acomodarem".

Outro grande estrondo fez Lacey dar um salto. Mas, conhecendo a causa inofensiva, desta vez ela não pôde deixar de rir.

Ivan ressurgiu da escada do porão.

"Está tudo resolvido. Eu realmente espero que os canos não demorem muito para se ajustar", disse ele, com seu jeito preocupado.

Lacey balançou a cabeça. "Isso só aumenta o charme".

"Então, você pode ficar aqui o tempo que precisar", acrescentou ele. "Vou ficar de olho e informar se algum dos hotéis estiver disponível".

"Não se preocupe", disse Lacey. "Este chalé é exatamente o que eu não sabia que estava procurando".

Ivan deu a ela um de seus sorrisos tímidos. "Então, dez libras por noite está bom?"

As sobrancelhas de Lacey se ergueram. "Dez libras? Isso dá doze dólares, ou algo assim?"

"Muito alto?" Ivan interrompeu, corando intensamente. "Cinco, então?"

"Muito baixo!" exclamou Lacey, ciente de que estava 'pechinchando' com ele para aumentar o valor em vez de baixar. Mas a taxa ridiculamente subestimada que ele estava sugerindo equivalia a um roubo, e Lacey não se aproveitaria daquele homem doce e trapalhão que a salvara de seu momento donzela-em-perigo. "É um chalé de dois quartos. Pode ser usado até por uma família. Depois que tirar a poeira e dar um polimento, você poderá facilmente ganhar centenas de dólares por noite com este lugar".

Ivan não parecia saber para onde olhar. Claramente, falar sobre dinheiro o deixava desconfortável; mais evidências, pensou Lacey, de que ele não tinha perfil para ser um empresário. Ela esperava que nenhum dos seus inquilinos estivesse se aproveitando dele.

"Bem, que tal quinze por noite?" Ivan sugeriu: "E mandarei alguém para limpar e polir".

"Vinte", respondeu Lacey. "E eu mesma posso tirar o pó e encerar os móveis". Ela sorriu e estendeu a mão. "Agora me dê a chave. Não aceito não como resposta".

O vermelho nas bochechas de Ivan se espalhou pelos ouvidos e por todo o pescoço. Ele assentiu timidamente, concordando e colocou a chave de bronze na palma da mão de Lacey.

"Meu número está no cartão. Ligue-me se algo quebrar. Quando quebrar, melhor dizendo".

"Obrigada", disse Lacey, agradecida, com uma pequena risada.

Ivan foi embora.

Agora sozinha, Lacey subiu as escadas para terminar de explorar. A suíte principal ficava na frente da casa, com vista para o mar e uma varanda. Era outro cômodo em estilo de museu, com uma grande cama de dossel feita de carvalho escuro e armário combinando, grande o suficiente para levar alguém a Nárnia. O segundo quarto ficava nos fundos da casa, com vista para o gramado. O lavabo ficava separado do local para banhos, em seu próprio cômodo, do tamanho de um armário. O banheiro consistia apenas em uma banheira branca com pés de bronze. Não havia chuveiro, apenas uma ducha presa na torneira da banheira.

Voltando ao quarto principal, Lacey afundou na cama de dossel. Era a primeira vez que tinha a chance de refletir sobre aquele dia estonteante, e ela se sentia quase transtornada. De manhã, ela era uma mulher casada há catorze anos. Agora estava solteira. Ela era uma executiva ocupada em Nova York. Agora estava em um chalé numa falésia da Inglaterra. Que fantástico! Que emocionante! Ela nunca havia feito algo tão ousado em toda a sua vida e, puxa, aquilo era bom!

Os canos soltaram um estrondo alto e Lacey gritou. Mas um momento depois ela caiu na gargalhada.

Ela se deitou na cama, olhando para o dossel de tecido acima, ouvindo o som das ondas da maré alta batendo contra os penhascos. O som trouxe de volta uma súbita, anteriormente perdida, fantasia de infância de viver à beira-mar. Que engraçado ela ter esquecido esse sonho. Se não tivesse retornado a Wilfordshire, ele teria permanecido enterrado em sua mente, para nunca mais ser recuperado? Ela se perguntou que outras lembranças poderiam lhe ocorrer enquanto estivesse aqui. Talvez, amanhã de manhã, ela explore um pouco a cidade e descubra que segredos ela pode conter.

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